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Energia solar: novos rumos energéticos

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Com a crise energética que o Brasil vem enfrentando, os olhos dos empresários e consumidores têm se voltado para as novas possibilidades e as alternativas pouco exploradas de produção de energia. Uma delas é a solar, que aproveita um bem natural disponível durante todo o ano. Apesar de se mostrar interessante enquanto alternativa para fugir da atual conjuntura, algumas mazelas continuam a emperrar seu avanço.

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a energia solar tem se mostrado uma fonte viável economicamente. “Ela está cada vez mais independente do agravamento da crise energética e ganha espaço em nossa matriz energética brasileira mais em função de uma necessidade crescente do que dessa necessidade circunstancial”, afirma. Segundo Glauco, a energia solar é extremamente praticável porque utiliza um recurso natural que não se esgota.

Glauco acredita que o pouco aproveitamento do sol para produção de energia está associado não só à falta de investimentos governamentais para o setor, como também a uma questão cultural, já que se trata de uma alternativa muito nova para o País.

Glauco diz que a diversificação de qualquer matriz energética é interessante sob o ponto de vista da segurança no suprimento de eletricidade. “No Brasil perdurou a expansão dos parques hidrelétricos por bastante tempo. Após o apagão em 2001, vimos que necessitávamos de outras fontes que pudessem trazer segurança energética à matriz elétrica e investimos em térmicas.”

Glauco continua: “o Brasil dispõe de diversos recursos energéticos, porém aproveitamos, majoritariamente, o potencial hidrotérmico. A energia solar no Brasil, atualmente, é inexpressiva – principalmente a microgeração distribuída. Mas temos um vasto território onde há irradiação relativamente alta.” Segundo Glauco, o pior lugar para geração solar no Brasil, o Sul, é significativamente melhor do que o melhor local da Alemanha, que apresenta o mercado mais maduro da energia fotovoltaica globalmente. “Se na Alemanha deu certo, aqui também pode ser uma alternativa viável”, acredita.

Conforme explica Glauco, em qualquer área disponível para instalação e livre de sombreamento é possível investir em energia solar. O sistema se paga por volta de sete a doze anos, tempo que pode ser minimizado de acordo com os aumentos de energia elétrica vindos da empresa concessionária.

Desafios

Para incentivar a tecnologia fotovoltaica em pequena escala, que é onde Glauco indica que há o maior potencial de benefícios, é preciso ter financiamento para o consumidor que quiser instalar um painel em casa; facilitar o trâmite e simplificar o processo de projeto e instalação para esse consumidor e resolver a questão tributária.

Glauco lista uma série de desafios encontrados pelo setor ao longo dos últimos anos. Ele esclarece que não há fabricação nacional dos principais equipamentos relacionados à energia solar, como os painéis fotovoltaicos e inversores. Segundo sua avaliação, os poucos fabricantes locais não são relevantes ou competitivos. “A Importação dos equipamentos é complicada e demorada, com um nível elevado de burocracia. São necessárias licenças prévias para cada importação que podem demorar meses em alguns casos.”

Além disso, os altos impostos – especialmente para inversores –, as taxas e as despesas diversas elevam o custo de importação dos produtos. Para o Brasil, os preços são onerados em mais de 100% se comparados com os preços externos.

A Avaliação de Conformidade no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), que é obrigatória, é outro tema destacado. Ela é considerada complicada e demorada. Há muita dificuldade em obter informações claras sobre o processo de registro e o funcionamento dos selos.

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