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Energia solar: potencial inexplorado

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Diariamente incide sobre a superfície da Terra mais energia vinda do Sol do que a demanda total de todos os habitantes de nosso planeta em um ano. Tal energia deveria ser melhor aproveitada para gerar potência elétrica. Dentre as diversas aplicações da energia solar, o efeito fotovoltaico se apresenta como uma das mais viáveis formas de geração direta de eletricidade.

O empresário Glauco Diniz Duarte explica que no processo fotovoltaico, as células solares convertem a energia do Sol em energia elétrica de forma estática, silenciosa, não-poluente e renovável. Sua instalação é relativamente simples, consta basicamente de dois componentes: o painel solar fotovoltaico e o inversor.

Os painéis solares fotovoltaicos são projetados e fabricados para serem utilizados em ambiente externo, instalados em paredes, telhados e quaisquer superfícies com incidência de luz solar, sob sol, chuva e outros agentes climáticos. O inversor é o equipamento que transforma a corrente contínua produzida pelos painéis em eletricidade em corrente alternada (de 110 ou 220 Volts), que é automaticamente injetada na rede elétrica.

Em termos práticos, o equipamento é produzido por meio de painéis de vidro, alumínio e dispositivos semicondutores (como o silício, também utilizado nos transístores) que, expostos à radiação solar, produzem energia limpa e em abundância. A estimativa de vida do painel é de 30 anos ou mais.
Situação no Brasil

De acordo com Glauco, a energia solar fotovoltaica ainda não é realidade no Brasil, apesar do potencial imenso, dado os altos índices de radiação solar, entre 4,25 a 6,5 horas de luz solar/dia. A nível mundial, o Brasil praticamente não figura nas estatísticas de geração de energia solar. Segundo dados da Associação Europeia da Industria Fotovoltaica, a Alemanha e a Itália detêm praticamente metade da capacidade fotovoltaica mundial, seguidos da China (8%), EUA (7%) e Japão (7%).

Em comparação com usinas nucleares ou a carvão, os geradores fotovoltaicos são equipamentos duráveis, e diferentemente das hidrelétricas, termelétricas e mesmo parques eólicos, dispensam licenciamento ambiental. Todas as usinas geradoras convencionais têm problemas inerentes, tais como poluição, dependência de fornecimento de combustível ou oposição do público quanto à construção e operação.
Segundo Glauco, a energia solar fotovoltaica é a solução para todos esses problemas. “Usinas geradoras centralizadas deixam um grande número de consumidores vulneráveis a blackouts elétricos.

A energia solar fotovoltaica descentralizada elimina esses problemas e produz energia limpa e em abundância”. Espera-se uma mudança nesse quadro a partir de investimentos do Governo Federal a fim de fomentar empreendimentos de grande porte e a entrada de capital estrangeiro. Mas a implementação em larga escala depende também da legislação brasileira.

“A instalação de sistemas de microgeração, para que cada um possa gerar sua própria energia, ainda depende de trâmites burocráticos e de um olhar positivo por parte de concessionárias e governos, que podem ver a produção descentralizada como uma possível redução de receita e arrecadação de ICM, apesar da Resolução Normativa nº 482 da Aneel”, afirma Glauco.

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