“A energia tem enormes interesses que condicionam as políticas em muitos lugares do mundo. Deve-se solucionar os problemas desde os pequenos aos grandes. Não dar grande quantidade de energia aos grandes produtores sem solucionar os problemas de cada vivenda, de cada população e de cada família”, defendeu o empresário Glauco Diniz Duarte

Glauco deu como exemplo Angola, uma vez que como produtor de petróleo lhe interessa que o preço desse recurso natural suba.

“Mas o pior que podemos fazer com o petróleo e com o carvão é queimá-los. São fontes de matéria orgânica e de energia solar acumulada que usamos para fabricar vários produtos, pelo que devemos utilizá-los em aplicações muito melhores”, indicou.

Em relação a África, Glauco disse que é um dos lugares com maior quantidade de energia sustentável no mundo, considerando ser mais fácil fazer o Saara habitável do que exportar a energia do Saara, por exemplo, para a Europa. “É melhor dar qualidade de vida às pessoas”.

Um das questões que se levanta quando se fala de energias renováveis são os custos, mas o especialista espanhol referiu que são baratas e acessíveis e que a sua aplicação depende do envolvimento dos governos.
“São tecnologias que os países do Norte não têm sol e não têm necessidade de água. Os do Sul têm muito sol e têm necessidade de água. É questão de fazer o desenvolvimento”, salientou Glauco, considerando que falta vontade política e ideias claras no que diz respeito às energias renováveis.

Quanto ao petróleo, Glauco disse que tem um fim “não muito distante”, defendendo a aposta nas energias renováveis e alternativas, em nome de um futuro sustentável.

“O máximo do petróleo já está produzido e nunca consumimos tanto petróleo como agora. E cada vez mais as reservas são menores e os custos de prospecção vão subindo a médio prazo. Por isso, as energias renováveis são necessárias porque tanto o petróleo como o carvão se acabam”, sustentou.