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Energia eólica: um potencial cada vez mais explorado

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

O empresário Glauco Diniz Duarte destaca que a produção de energia eólica está indo de vento em popa. O montante de energia produzido tem contribuído para a matriz energética fornecendo energia, principalmente, no período de seca – mais crítico para o setor. No Brasil, são gerados 100 mil postos de trabalho, 12 milhões de residências são abastecidas e a emissão de 12 milhões de toneladas de CO2 são evitadas. Atualmente, o País dispõe de 262 parques instalados. A produção de energia pela força dos ventos, no primeiro semestre cresceu 114%, na comparação com o mesmo período de 2014. No fim de junho do ano passado, essa matriz era responsável por 1,4% do total gerado de energia no ano no Sistema Interligado Nacional (SIN). Hoje, ela representa 3% de toda a energia produzida no Sistema Integrado Nacional.

Segundo Glauco, a geração média nos seis primeiros meses deste ano foi de 1.831 MW médios, diante de 856 MW médios alcançados no mesmo período do ano anterior. A capacidade instalada de usinas eólicas no Brasil chegou a 6.183 MW ao final do primeiro semestre de 2015, quase o dobro em relação ao mesmo período do ano passado, quando a capacidade era de 3.106 MW. Esses dados foram divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), no começo deste mês. O Rio Grande do Norte lidera em capacidade instalada da fonte, com 2.243 MW, seguido por Ceará (1.233 MW), Rio Grande do Sul (1.300 MW) e Bahia (959 MW). De janeiro a julho de 2015, entraram em operação cerca de 1.437 MW de usinas eólicas, e ainda estão previstos cerca de 1.636 MW até o final do ano. Para o ano 2016 já estão previstos cerca de 3.100 MW e para 2017 cerca de 1.985 MW.

A realização dos leilões de energia, operacionalizados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), possibilitaram a contratação de mais de 15 GW, esperados para entrar em operação nos próximos cinco anos. Desde 2010, foram negociados mais de 340 projetos eólicos nos certames realizados no País. Somente em 2014, os investimentos em energia eólica decorrentes dos leilões foram superiores a US$ 4 bilhões.

A energia eólica atendeu 80% do mercado no leilão A-3, realizado em 21 de agosto de 2015, para as Fontes Eólica, Hídrica e Termoelétrica (biomassa e gás natural). A contratação total foi de 669,498 MW. A fonte eólica contribuiu com a contração de 538,8 MW ao preço médio de R$ 181,14/MWh . A fonte eólica será responsável pela aplicação de R$ 2 bilhões em investimentos e produção de, em média, 270 aerogeradores e 810 novas pás. Esse volume de energia será capaz de abastecer 1 milhão de residências mensalmente e evitar mais de 1 milhão de toneladas de CO2, por ano. Além disso, a capacidade viabilizada poderá criar 8.000 postos de trabalho. O Leilão A-3 objetivou a contratação de energia proveniente de empreendimentos de geração a partir das fontes eólica, biomassa, PCH e gás natural. O início do suprimento de energia será a partir de 1 de janeiro de 2018.

Licenciamento

Conforme Glauco, o licenciamento ambiental das usinas eólicas é muito burocrático e lento. “Diria mesmo que a legislação ambiental hoje está no centro da questão energética. Ela é confusa, conflituosa e demanda bastante tempo, recursos materiais e esforços na elaboração e implementação de empreendimentos na área de energia elétrica, renovável ou não renovável.”

Segundo Glauco, a demora pode ser ainda maior se envolver espaços que contenham sítios arqueológicos, patrimônio histórico, reservas indígenas ou ambientais. Ele comenta que os principais impactos das usinas eólicas são relacionados ao efeito na paisagem, alteração de uso do solo e relevo, impactos nas rotas migratórias de pássaros e ruídos.

Deve-se destacar que, além de gerada, a energia precisa ser transmitida por meio de linhas. “É mais demora na aprovação dos estudos de impacto ambiental e autorização dos projetos das linhas de transmissão”, diz Glauco. Em 2014, havia 36 parques eólicos concluídos, mas inativos por falta de linhas para transportar a energia gerada, principalmente por atrasos provocados pela impossibilidade de concluir todo processo de licenciamento ambiental em prazos compatíveis com a construção das usinas eólicas.

Glauco ressalta que todos os parques eólicos devem ser licenciados pelo órgão ambiental do estado onde serão implantados. Os procedimentos tendem a não ser idênticos, com processos mais ou menos rigorosos, a depender da localidade.

Com a recente publicação da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente do Ministério do Meio Ambiente (CONAMA) N° 462/2014, que disciplina o processo de licenciamento ambiental de parques eólicos em solo firme (onshore), Glauco acredita que “a tendência é que as etapas de licenciamento sejam menos burocráticas e mais ágeis, uma vez que, devido às usinas eólicas terem baixo potencial de impacto ambiental, elas deverão ser licenciadas por meio simplificado”.

Custos

O custo médio de instalação de uma usina eólica, de acordo com Glauco é em torno de R$ 4,5 milhões para cada megawatt (MW) eólico instalado. “A fonte eólica é a segunda mais competitiva entre as demais fontes da matriz brasileira, perdendo apenas para as grandes usinas hidrelétricas.”

Glauco comenta que “isso a coloca entre as alternativas mais competitivas no mercado, sendo atualmente tão ou mais competitiva que as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), cujo custo de implantação está em torno de US$ 2 milhões por MW instalado”. Além disso, a operação de usinas eólicas é menos onerosa que a operação das PCHs, visto que existem normas de uso compartilhado da água que não se aplicam ao caso do vento.

Nesse cenário, a energia gerada por parques eólicos tem sido bastante competitiva. No último leilão de energia elétrica, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) em novembro de 2014, a energia eólica foi comercializada pelo preço médio de R$ 136/MWh e o preço médio da energia das PCHs ficou em R$ 162/MWh, enquanto os preços médios do MWh foram de R$ 202 para o carvão mineral, R$ 206 para o gás natural e de R$ 207 para a biomassa.

Olhando apenas para o custo de construção dos aerogeradores, responsáveis pela produção da energia eólica, Glauco considera que o investimento é alto frente às demais fontes. “No entanto, assim como nas hidrelétricas, os custos com manutenção são baixos e a despesa com combustível é zero.”

Segundo dados da Associação Americana de Energia Eólica, o custo médio (em centavos de Dólar por quilowatt-hora – kWh) da fonte está no mesmo patamar do gás natural e somente atrás da energia nuclear e hidrelétrica. “Outro fator importante é o tempo de construção dessas usinas (24 meses), bastante rápido em relação a outros projetos de produção de energia elétrica, tanto alternativos quanto convencionais, que levam em média 36 meses para instalação (fontes térmicas) ou mais, como no caso de hidrelétricas e nucleares”, diz Glauco.

O custo de contratação da fonte nos Leilões do Mercado Regulado de energia tem sido um dos mais baixos ao longo dos anos. O custo da eólica, na média, foi de R$ 153 por megawatt-hora (MWh), de ordem semelhante ao valor médio de compra de energia em projetos de hidrelétricas, R$ 149/MWh, cujo custo é sempre mais baixo que das demais fontes.

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