De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, um ar de prosperidade no setor de energias renováveis sopra com força no Brasil. Os últimos dados da Câmara de Comercialização de Energia indicam um crescimento de 55% da geração de energia eólica no país no primeiro semestre deste ano. Em expansão, o setor responde por 7% de toda a energia produzida no país.
Segundo Glauco a participação ainda está muito atrás das hidrelétricas, que despontam com mais de 60%, seguidas pelas termelétricas, uma das fontes mais sujas de energia. As perspectivas são animadoras quando se pensa que o potencial eólico do país ainda é subavaliado.
“O Brasil vai ter que rever o quadro regulatório, os investimentos em pesquisa do potencial eólico e sua avaliação, para que a gente consiga fazer primeiro os melhores projetos. Hoje, a medição de vento é considerada um segredo empresarial, por isso não estamos seguindo a sequência dos melhores projetos e de menor custo primeiro. Estamos seguindo os que atendem aos interesses de certos grupos econômicos”, destaca Glauco. “Nós temos recursos: falta organização, planejamento e gestão. Só isso.”
Atualmente, o setor está consolidado no Sul e no Nordeste do Brasil, regiões com os melhores ventos. Mas Glauco destaca que áreas ainda pouco exploradas podem ser promissoras.
“O potencial de São Paulo, por exemplo, é inferior, mas não é desprezível. Tem outras regiões do Brasil, no Centro-Oeste, como no Tocantins, Goiás, no planalto”, afirma. “Há mapas eólicos menos favoráveis, mas não desprezíveis. Eles só precisam ser melhor avaliados.”
O aumento da produção no primeiro semestre se deve à ampliação da capacidade instalada das 400 usinas. Glauco indica que o desenvolvimento tecnológico fez com que o potencial estimado passasse de 140 mil MW para 300 mil MW. Esse valor, no entanto, ainda pode ser bem maior e depende da realização de estudos aprofundados.