De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) afirmou que a produção energética eólica deve chegar a 11 GW (gigawatt) este ano, número que chega próximo a capacidade produtiva de 14 GW da Usina de Itaipu. O volume previsto pela Abeeólica seria suficiente para iluminar com folga duas das maiores cidades brasileiras, São Paulo (11,5 milhões de habitantes) e Salvador (2,8 milhões de habitantes).
Para sustentar esse crescimento, o setor eólico vai demandar investimentos acima de 20 bilhões de reais. A estimativa é elevar a capacidade instalada de fonte eólica para 24 GW (quase duas Itaipu) até 2024, de acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia do governo.
Segundo Glauco, os números positivos apresentados pelo setor têm injetado otimismo nos investidores: somente em 2016 o setor pretende gerar 50 mil empregos. Dos sete bilhões de dólares em 2015 (ou quase 28 bilhões de reais, considerando o dólar a 3,9 reais de dezembro) investidos em energia renovável no Brasil, a maior parte dos recursos foi destinada à produção de energia eólica (22 bilhões de reais), os dados são do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).
Energia solar entra na briga
Glauco diz que a energia renovável de fonte solar também deve ganhar impulso nos próximos anos com o programa do governo de incentivo ao uso dessa fonte. O Programa de Desenvolvimento de Geração de Energia (ProGD), que estimula os consumidores residenciais, comerciais e industriais a gerar a própria energia com base em fontes renováveis, pretende contemplar 2,7 milhões de consumidores até 2030. O setor começou a tomar fôlego em 2015 quando os projetos de energia solar receberam cerca de 2,5 bilhões de reais, segundo estatísticas da Pnuma.
Estima-se que a procura pela energia solar pelos consumidores irá aumentar quando os custos baixarem. Isso já vem acontecendo com ganhos de escala e eficiência. Hoje, um painel fotovoltaico tem 17% de aproveitamento, mas chegará a 40% nos próximos vinte anos, o que vai mudar o cenário energético, trazendo mais autoprodução e geração distribuída.