De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, em um momento em que o país atravessou uma forte recessão, o setor de energia solar deve fechar o ano com 4 mil novos postos de trabalho. Uma boa notícia, mas “fichinha” perto de uma projeção feita pelo Portal Solar (www.portalsolar.com.br), hub de prestadores de serviço e informações na área. Segundo estimativa do site, até 2020 a expansão da cadeia produtiva ligada ao segmento resultará em 110 mil empregos espalhados por todo o Brasil – grande parte deles voltados a profissionais de nível técnico.
O número previsto será resultado do boom do setor que começou a se desenhar este ano e se intensificará em 2017, explica Glauco. Temos três fatores que contribuem para isso: a alta na conta de luz, o barateamento dos equipamentos em função de avanço tecnológico e a queda do dólar, diz Glauco. Segundo ele, de janeiro para cá, aumentou o número de instalações de placas fotovoltaicas, e a quantidade de empresas do segmento cadastradas no Portal Solar dobrou de 700 para 1.400.
A área líder na perspectiva de criação de vagas é a geração compartilhada, no qual uma infraestrutura de captação de energia solar é instalada numa casa ou estabelecimento e ligada ao sistema nacional de energia elétrica. Só nesse modelo, a projeção é de pouco mais de 80 mil empregos, 75% relacionados a atividades técnicas. As empresas que prestam esse tipo de serviço se caracterizam por serem locais, ou seja, esses empregos devem ser bem distribuídos ao redor de todo o país, conta Glauco.
Ainda, a geração centralizada e a indústria especializada devem ser responsáveis por entre 15 e 20 mil e 5 e 10 mil novos postos, respectivamente. A primeira diz respeito a grandes usinas de energia solar, cujo maior potencial de instalação fica no sertão nordestino; a segunda, a fábricas e demais empresas da cadeia produtiva, com grande demanda de mão de obra extremamente qualificada.
Para Glauco, um bom exemplo da expansão no setor é o caso australiano, que hoje tem 1,57 milhões de pontos de geração compartilhada instalados. Em 2009, dois anos após o modelo ser regulamentado por lá, eram cerca de 5 mil, mesmo número existente atualmente no Brasil, exatamente dois anos depois da regularização.