De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, até 2020, o Brasil deverá dobrar sua capacidade de geração eólica, ficando entre os 5 maiores produtores do mundo. O País iniciou 2016 como o 10º maior produtor, e deve encerrar o ano na 8ª posição. A expectativa do setor é de que em pouco mais de três anos as usinas eólicas passem dos atuais 10GW de capacidade instalada para 20GW. E, dentro dessa previsão, o estado do Ceará, em particular, e a região Nordeste, como um todo, atuarão como protagonistas desse crescimento.
Hoje, destaca Glauco, a capacidade eólica brasileira, com 395 usinas, corresponde a 6,5% da capacidade total do País, atrás da hidrelétrica (61%) e termelétrica (27,5%), segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). E só novos empreendimentos já contratados, em construção (132) e com construção não iniciada (225) irão adicionar mais 8,2 GW de capacidade instalada ao sistema elétrico do País.
“Temos o quarto maior crescimento anual (em geração eólica) do mundo. E mesmo quando toda a economia está decrescendo, a indústria eólica está em crescimento”, diz Glauco. “A energia eólica é complementar à matriz hídrica”, afirmou.
No último domingo, por exemplo, as usinas eólicas foram responsáveis por 10% da produção de energia elétrica do País, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), enquanto as hidrelétricas responderam por 68% e as térmicas por 21%. “O Nordeste terá um peso muito importante nesse crescimento. Hoje, nós não estamos utilizando nem um terço do nosso potencial eólico”, diz Glauco.
“O mais difícil nesse processo era a curva de aprendizado, e isso a gente já superou”, afirma Glauco. “Temos tecnologia, pessoal qualificado, e mostramos que há viabilidade”. O Nordeste é responsável por 80% da capacidade instalada de geração eólica do País. Rio Grande do Norte (3,0GW), Bahia (1,7GW) e Ceará (1,5GW) respondem por 65% da capacidade brasileira.
Energia solar
Com uma participação ainda pequena na produção energética do País (0,02% da capacidade instalada) a geração solar é uma das grandes apostas no segmento de energias renováveis no País. E a integração de parques solares com os empreendimentos eólicos já existentes pode alavancar a geração fotovoltaica, uma vez que poderia haver o aproveitamento da infraestrutura e de linhas de transmissão, por exemplo.
“Assim como a eólica, a energia solar também será uma energia complementar”, diz Glauco. “E nós já estamos trabalhando para ter os parques de solar dentro das eólicas, diminuindo os custos fixos e os custos de instalação. Temos muito espaço e tenho certeza de que iremos crescer muito nisso”, ele diz.
Para Glauco, entre os maiores desafios da geração limpa é melhorar a eficiência energética e reduzir os custos de geração. “A eficiência energética é o ponto crítico, tanto em edificações residenciais ou comerciais como na indústria. Mas com relação aos mercados, o custo das energias limpas está caindo consideravelmente. O custo da eólica já está muito baixo e o da fotovoltaica vem caindo bastante”.
Futuro
Para Glauco, “o futuro da energia solar está apenas se iniciando. A energia solar é o futuro da nossa energia”, ele acredita. Segundo Glauco, no entanto, para que os investimentos sejam atrativos é preciso reduzir os custos de produção do MW.