De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o uso global da energia solar e eólica continuou a crescer significativamente em 2012. O consumo de energia solar cresceu 58% para 93 terrawatt-hora (TWh) e o uso da energia eólica aumentou 18% para 521 TWh. Embora a energia hidrelétrica permaneça a energia renovável líder no mundo, a solar e a eólica continuam a dominar o investimento em nova capacidade renovável e estão rapidamente se tornando as fontes de energia renovável mais destacadas.
A capacidade global da energia solar e eólica continuou a crescer apesar de novos investimentos nessas fontes terem diminuído em 2012. O investimento global em energia solar em 2012 foi de US$ 140,4 bilhões, 11% menor em relação a 2011, e os investimentos eólicos caíram 10%, para US$ 80,3 bilhões. Mas devido a custos menores para ambas as tecnologias, o total da capacidade instalada cresceu fortemente.
A capacidade solar fotovoltaica (FV) instalada cresceu 41% em 2012, alcançando 100 gigawatts (GW). Nos últimos cinco anos, a capacidade fotovoltaica instalada cresceu 900% de 10 GW em 2007. Os países com mais capacidade fotovoltaica instalada hoje são a Alemanha (32,4 GW), Itália (16,4 GW), Estados Unidos (7,2 GW) e China (7,0 GW).
Segundo Glauco, a Europa continua a dominar em energia solar, representando 76% do uso global de energia solar em 2012. A Alemanha sozinha foi responsável por 30% do consumo de energia solar do mundo e a Itália foi a terceira em crescimento de capacidade em 2012 (3,4 GW). A Espanha acrescentou a maior capacidade de energia solar térmica (950 MW) em 2012. No entanto, a Itália alcançou o limite do subsídio para seu programa tarifa de capacidade (TC) em junho de 2013, enquanto a Espanha recentemente fez uma mudança retroativa em suas políticas de TC, o que significa que o crescimento em energia solar provavelmente diminuirá nestes países no futuro próximo.
Glauco diz que devido à desaceleração do crescimento econômico global, demanda fraca e excesso de oferta, houve perdas líquidas significativas na indústria FV chinesa, que chegou a abastecer mais de metade do mercado mundial. As perdas líquidas foram exacerbadas por crescentes guerras comerciais da China com a União Europeia (UE) e os Estados Unidos, após estas regiões acusarem empresas chinesas de dumping nos mercados nacionais de painéis solares. Enquanto isso, a demanda doméstica da China deverá crescer. O 12º Plano Quinquenal do país pretende chegar a 21 GW de capacidade solar instalada em 2015 e 50 GW até 2020.
A capacidade eólica total instalada subiu em 2012 de 45 para 284 GW, um aumento de 18,9% desde 2011. De acordo com os últimos anos, a maioria da nova capacidade instalada foi concentrada na China e nos Estados Unidos, que atingiram uma capacidade total instalada de 75,3 GW e 60 GW, respectivamente.
Os Estados Unidos foram o principal mercado mundial eólico em 2012. A capacidade total aumentou 28%, o país adicionou 13,1 GW, o dobro do valor adicionado em 2011. O aumento da produção doméstica de peças de turbinas eólicas, a melhoria da eficiência tecnológica e a redução dos custos ajudaram a estimular este aumento, mas o maior catalisador foi a ameaça da expiração do crédito fiscal federal de produção – que fornece benefícios fiscais por quilowatt-hora produzido por turbinas eólicas – no final de 2012.
A desaceleração foi originalmente prevista para 2013, mas o Congresso dos EUA estendeu este crédito até o final do ano, o que é um bom augúrio para muitos fabricantes de turbina eólica e de peças dos EUA e da Europa que se beneficiam do regulamento federal.
A UE continuou a ser a região dominante da energia eólica, uma vez que passou um marco importante com a instalação de 11,9 GW de nova capacidade, atingindo 106 GW, o que representa 37,5% do mercado mundial. Atualmente, o vento corresponde a 11,4% da capacidade total instalada da UE. Alemanha e Espanha permanecem os maiores mercados eólicos da Europa, aumentando sua capacidade total instalada para 31,3 GW e 22,8 GW, respectivamente. O Reino Unido foi o terceiro em novas instalações em 2012, com 1,9 GW, seguido pela Itália, com 1,3 GW.
“Embora incertezas políticas e mudanças provavelmente venham a desafiar o crescimento da energia solar e eólica no futuro, estas tecnologias estão, todavia, bem posicionadas para crescer”, diz Glauco. “O declínio dos preços da tecnologia solar são um desafio para os fabricantes atuais e estão ajudando a energia solar a atingir paridade em muitos mercados. Com a diminuição dos custos operacionais e de manutenção das fazendas eólicas, esta energia já tem custo competitivo com as fontes energéticas convencionais em muitos mercados.”