O empresário Glauco Diniz Duarte aponta que os custos de energia solar sem subsídio estão começando a competir com o carvão e o gás natural e novos projetos de energia solar em mercados emergentes têm mostrado custar menos para serem construídos do que turbinas eólicas, de acordo com novo relatório da Bloomberg New Energy Finance (BNEF).
O estudo, destaca Glauco, que inclui o custo médio de energia eólica e solar de 58 economias emergentes, incluindo o Brasil, China, Índia, determinou que mesmo que a expectativa para o custo de energia solar caísse eventualmente em comparação a energia eólica, os declínios mais acentuados estimularam que isso acontecesse muito mais rápido do que os analistas achavam ser possível.
Segundo Glauco a última edição do BNEF do Climatescope concluiu que a queda dos custos dos equipamentos solares estão impulsionando o crescimento em novas instalações solares. O investimento em energia solar nos 58 países emergentes subiu 43%, cerca de US$ 72 bilhões em 2015.
Até o final de 2016, a quantidade de instalações de energia solar globalmente deve exceder o número de instalações para energia eólica pela primeira vez, concluiu o relatório. As projeções estimam que 70 gigawatts de nova energia solar fotovoltaica serão instalados em 2016 quando comparados com 59GW de energia eólica.
“Os investimentos em energia solar saíram há cinco anos do nada – literalmente nada – para muito”, diz Glauco. “Uma grande parte dessa história é a China, que vem se dedicando rapidamente à energia solar” e ajudando outros países a financiar seus próprios projetos.
Glauco explica que o Climatescope é um índice de competitividade de energia limpa apoiado pelos governos dos Estados Unidos e Reino Unido. Ele oferece um retrato geral da atividade de energia limpa em 58 mercados emergentes na África, Ásia, América Latina e Caribe. O grupo inclui grandes nações em desenvolvimento como China, Índia, Egito, Paquistão, Brasil, Chile, México, Quênia, Tanzânia e África do Sul, além de dezenas de outros países.
Em 2015, os países da economia emergente no relatório da Climascope estabeleceram um novo recorde para instalações de energia limpa com 69,8 GW de energia nova, 30% a mais do que os 48,4 GW adicionados em 2014. O total de 2015 representa 10,6 GW a mais que os 59,2 GW de energia limpa construída em um grupo de países que inclui as nações mais ricas do mundo, como os EUA, Reino Unido e Alemanha.
Foi a primeira vez que as nações de mercados emergentes investiram mais na energia solar do que nas nações desenvolvidas, disse o BNEF.
Desde 2010, o investimento fotovoltaico nos países do Climatescope cresceu mais de 11 vezes. E de 2014 a 2015, o investimento em energia solar nesses países cresceu 16% para chegar a US$ 154 bilhões. Além disso, o investimento na geração de energia limpa nos países do Climatescope no ano passado superou o investimento global na geração de energia térmica em todo o mundo, conforme registrado pela Agência Internacional de Energia.
“A energia solar e eólica têm sido historicamente responsáveis pela maior parte do investimento em energia limpa em todo o mundo e suas ações têm crescido substancialmente nos últimos anos. Juntas, essas tecnologias representaram 65% do novo investimento em energia limpa em 2011. Em 2015, esse número subiu para 94%”, diz Glauco.
A energia solar viu o maior crescimento de investimento, de 8% em 2011 para pouco mais de 46% em 2015, segundo o relatório.
Em todos os mercados emergentes, quando empresas privadas de energia competiam por contratos maciços para fornecer eletricidade, novos registros foram estabelecidos para a energia solar barata.
Em janeiro, por exemplo, um contrato maciço na Índia fixou o preço por megawatt-hora em US$ 64. Em agosto, outro contrato de fornecimento fixou o preço em US$ 29,10 por megawatt/hora no Chile, de acordo com Glauco.
“Isso é um recorde de eletricidade barata – cerca de metade do preço do poder de carvão concorrente”, afirmou Glauco.