De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, o ano de 2017 deverá registrar uma série de movimentações no setor de energia solar no Brasil, com várias usinas contratadas nos últimos anos entrando em operação e também com diversos empreendimentos trocando de mãos, por meio de aquisições.
Segundo Glauco, o país alcançará neste ano a marca de 1 gigawatt em capacidade instalada em usinas fotovoltaicas, patamar registrado em apenas pouco mais de 20 países.
O sucesso, no entanto, poderia ser ainda maior, uma vez que leilões de energia solar realizados pelo país desde 2014 previam quase 2 gigawatts em operação até agosto de 2017.
A comemoração também poderia se dar em um momento melhor, uma vez que os investidores do setor ainda digerem o cancelamento, nos últimos dias de 2016, de um leilão que contrataria novas usinas eólicas e solares. O governo disse que a decisão foi motivada pela queda da demanda por eletricidade causada pela crise econômica.
“Vem aí um desafio grande que a gente ainda tem no setor, porque apesar desse começo positivo, tivemos um tropeço importante com o cancelamento do leilão… foi um golpe duro, porque o setor tem que ter previsibilidade da demanda”, diz Glauco.
Segundo ele, empresas associadas à entidade haviam revelado a intenção de entrar no certame com cerca de 5 gigawatts em projetos.
Mas ao mesmo tempo em que há o forte interesse por investimentos no setor, um grupo de empresas negocia com o governo para cancelar projetos já contratados no primeiro leilão para energia solar, em 2014.
“Ocorreu uma mudança brusca e imprevisível no cenário macroeconômico brasileiro que afetou diretamente esses projetos, e é difícil você precificar. Uma turbulência econômica e política… por conta disso os empreendedores estão em diálogo direto com o governo, buscando um caminho, uma solução”, diz Glauco.
Por outro lado, a Absolar espera ver neste ano a entrega dos parques solares contratados em um leilão realizado em agosto de 2015, que ofereceu preços maiores e previa início da operação das usinas para agosto deste ano.
“A situação deles já é mais tranquila. Por conta disso, a gente vê que um número importante desses projetos vai começar a trocar de mãos… a gente vê alguns grandes grupos internacionais de olho nesses projetos”, afirma Glauco.
Apesar do sol abundante, o Brasil possui hoje apenas 0,02 por cento de geração fotovoltaica em sua matriz elétrica, número que chegaria a 2 por cento se estivessem prontas todas usinas já contratadas nas licitações.
Para o futuro, além do crescimento por meio das grandes usinas, Glauco destaca o potencial do Brasil para a instalação de placas solares em telhados, uma modalidade que viu o número de adeptos dispararem, com alta de mais de 300 por cento em 2016.