GLAUCO DINIZ DUARTE – Economia com microgeração de energia solar ultrapassa os 60%
Economia com microgeração de energia solar ultrapassa os 60%. Morador de Capinópolis, no Triângulo Mineiro, Antônio das Graças Basílio, 64, utiliza um sistema de microgeração de energia solar em sua casa há cerca de três meses. E já economiza mais de 60% no valor da conta de luz. “Mesmo com chuva, consigo gerar pelo menos 75% da energia que consumo”, conta o aposentado, que investiu cerca de R$ 18 mil na instalação. “Minha expectativa é ter retorno do que gastei nos próximos cinco anos. Fico satisfeito, já que as placas podem durar até 25 anos”, conta.
O prazo para retorno do investimento em microgeração solar está caindo, segundo Marcelo Belém, empresário do setor e sócio da Terra e Sol. Segundo ele, em 2014 os investimentos se pagavam com dez anos de uso e hoje esse período é de quatro anos, em média. “O prazo para o payback (retorno) está menor a cada ano, devido à elevação das tarifas de energia e à queda gradativa dos custos de instalação e de aquisição de materiais para sistemas fotovoltaicos,” explica Belém.
O empresário ressalta que outra vantagem da geração fotovoltaica é que o consumidor fica “isento das perturbações no sistema de tarifação das concessionárias de energia, em função do volume baixo dos reservatórios, como as bandeiras tarifárias”, argumenta.
As bandeiras tarifárias foram um dos motivos que fizeram a Ordem dos Carmelitas Descalços de Minas Gerais investir cerca de R$ 100 mil em um sistema de captação fotovoltaica em um convento de Belo Horizonte, que começou a funcionar no mês passado. “Primeiramente, nosso objetivo é a economia, tivemos muitas bandeiras vermelhas no ano passado”, afirma frei Hudson, membro do comitê econômico da Ordem. Durante o ano passado, as bandeiras vermelhas foram permitidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em seis meses, as amarelas em três meses e as verdes foram aplicadas nos três restantes.
Frei Hudson diz que a possibilidade de utilizar a energia gerada em outras casas da Ordem no Estado também contou na hora de fazer o investimento. “A instalação foi feita em uma única casa, mas podemos usar a energia excedente, que gera um crédito, nas outras três casas da Ordem. Nossa expectativa é que a economia ocorra nelas também”, afirma. A Ordem tem mais uma casa em Belo Horizonte e duas em Caratinga e região, na Zona da Mata. A regulação da Aneel permite que a energia gerada em um sistema seja utilizada em outro endereço, desde que os imóveis sejam atendidos pela mesma distribuidora, como a Cemig, e a conta de luz tenha o mesmo nome ou CNPJ.
Ranking. Minas Gerais tem o maior número de conexões em sistemas solares, e está à frente de São Paulo e Rio Grande do Sul, segundo a Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD).