GLAUCO DINIZ DUARTE – Especialistas defendem desenvolvimento da indústria de energia solar no Brasil
Especialistas defendem desenvolvimento da indústria de energia solar no Brasil. Pesquisadores, gestores, investidores, engenheiros, técnicos e fabricantes de parques solares de várias partes do país, estiveram reunidos em Natal, no Rio Grande do Norte, nestas segunda e terça-feira (19 e 20), durante o I Simpósio Brasil-Alemanha sobre Energia Solar Fotovoltaica. Eles discutiram a conjuntura do desenvolvimento tecnológico e a massificação do uso de sistemas fotovoltaicos na Alemanha (utilizados para geração de energia próxima ao local de consumo), com o objetivo de aplicar as lições aprendidas para o desenvolvimento de uma indústria solar no Brasil.
A tecnologia foi apresentada e as discussões giraram em torno das oportunidades e barreiras a serem superadas, bem como as ações facilitadoras e as melhores práticas para a utilização da energia solar. Uma missão alemã, formada por diretores do Instituto Fraunhofer, participou do Simpósio.
No contexto de uma anunciada crise energética, o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte ( Fiern ), Amaro Sales, destacou a necessidade de encontrar soluções para resolver a questão energética, um dos maiores custos de produção para o setor industrial. “Para a indústria se tornar mais competitiva devemos encontrar meios de reduzir os custos com a energia e a energia solar será, em pouco tempo, a exemplo do que vimos com a eólica, um dos grandes propulsores da nossa economia”, disse.
MÓDULOS SUSTENTÁVEIS – O diretor do Instituto Alemão Fraunhofer – Institut für Solare Energie system, Prof. Dr. Eicke Weber, lembrou que em meio às mudanças climáticas e a finitude de combustíveis fósseis, as empresas devem buscar módulos sustentáveis. O especialista fez projeções otimistas para um futuro próximo, dentro da conjuntura de melhoramento da eficiência de equipamentos aliado à redução de custos para a produção de energia fotovoltaica e aumento do preço de energia elétrica (ainda que continue uma das mais baratas do mundo).
“Na Alemanha o sistema de energia solar já atinge recorde de 297% do grau de eficiência e, aqui no Brasil, sobretudo em Natal, há um grande potencial a ser explorado. Os preços estão em queda tendendo a estabilizar, com células mais eficientes. Tudo isso deverá refletir em maior competitividade”, pontuou Eick Weiber.
Em favor dos investidores e fabricantes, está o crescimento do consumo de energia com a compra massiva de produtos elétricos proporcionados pela melhoria do poder aquisitivo do brasileiro e maior oferta de produtos. Além disso, o custo da energia fotovoltaica tem decaído mais de 50% do praticado há quatro anos, quando o MW era comercializado a R$ 10 – hoje em torno de R$ 4,00. E, na outra ponta, o aumento do preço da energia elétrica repassado ao usuário final também torna a solar mais viável.