GLAUCO DINIZ DUARTE Furnas quer colocar eólicas no leilão de descontratação
Em período de reorganização, Furnas deve participar do leilão de descontratação que o governo federal planeja realizar ainda no primeiro semestre do ano. De acordo com o presidente da companhia, Ricardo Medeiros, os projetos já não fazem sentido econômico.
Localizadas em Fortim, no Ceará, as cinco usinas eólicas da companhia, em construção, tinham contratos de fornecimento de aerogeradores com a Impsa, que abriu falência no Brasil e não entregou os equipamentos. O projeto foi negociado no A-5 de 2011, com entrada em operação prevista originalmente para 2016.
Os parques somam 115 MW e foram negociados, a época, a cerca de R$ 107/MWh. Pelo que se sabe até o momento sobre o leilão de descontratação, que ainda deve ter seu edital publicado pela Aneel, serão priorizados os contratos mais caros, o que colocaria projetos solares na frente dos eólicos para descontratação. Outras variáveis, como o pagamento de um bônus, também devem entrar como critérios de classificação das propostas. O executivo conversou com jornalistras durante evento comemorativo do aniversário da estatal.
Lucro
Furnas fechou 2016 com lucro de R$ 9,4 bilhões, frente ao prejuízo de R$ 70 milhões registrado ano anterior. O resultado foi impactado pelo reconhecimento da indenização pelos ativos de transmissão, na ordem de R$ 14 bilhões. Mesmo sem considerar tal indenização, a empresa registrou lucro de cerca de R$ 210 milhões.
A receita operacional bruta chegou a R$ 20,4 bilhões, enquanto o Ebitda foi de R$ 15 bilhões. Para evitar um ano de prejuízos, a companhia lançou um programa que visa cortar R$ 145 milhões nas despesas anuais.