Glauco Diniz Duarte grupo GD – como armazenar energia solar
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, as cascas de ovo são aquele resíduo que, depois de partido, parece não servir para rigorosamente nada. Devido à sua frágil natureza, não parece ser algo que pode ser reutilizado. Agora, investigadores podem transformar este desperdício numa bateria para armazenar energia solar e eólica.
Seguindo a velha máxima, no mundo nada se perde, tudo se transforma.
Manickam Minakshi, investigador da Universidade Murdoch, na Austrália, possui ampla experiência em materiais para armazenamento de energia. Além disso, a sua ação gravita na síntese e caracterização de cerâmicas de iões de lítio e baterias de sódio.
Nesse sentido, Minakshi decidiu começar a experimentar novas formas de utilização das cascas. Assim, em 2017, dedicou-se a estudar a possibilidade de as cascas serem usadas no reabastecimento de energia, devido ao seu alto nível de carbonato de cálcio. Quando cozidas a 300 ºC, a composição química do carbonato de cálcio altera para óxido de cálcio. Com efeito, esta mudança transforma a casca num condutor de eletricidade.
Cascas de ovo podem ser transformadas em baterias
Esta descoberta permite que seja criada uma bateria alternativa para armazenar energia proveniente de painéis solares e turbinas eólicas. As cascas são, antes do aquecimento, um elétrodo positivo. Contudo, quando aquecidas, mudam para um elétrodo negativo.
Existem cientistas a trabalhar para perceber como podem converter as membranas e as claras de ovo em materiais para supercondensadores de alto rendimento.
Estes são dispositivos eletroquímicos que armazenam 10 000 vezes mais energia, ocupando o mesmo tamanho. Alguns podem alcançar até 3 000 farad. Assim, as vantagens de um aparelho destes residem na alta densidade de energia e na rapidez da carga e descarga, quando comparada a baterias recarregáveis. Contudo, esta tecnologia armazena pouca energia.
Membrana da casca de ovo pode ter uma solução
Para eliminar esta limitação, a membrana dentro da casca do ovo está a ser estudada. Dessa forma, nos testes que foram feitos até agora, o material tem sido eficiente, mesmo após 10 ciclos de carga e descarga num eletrólito ácido.
O carbono das claras foi usado para criar um material poroso que funcionava como um ânodo numa bateria de iões de lítio. Como resultado, foi mostrada uma capacidade de 1800 miliamperes horas por grama, uma capacidade reversível de carbono nunca registada.
Os depósitos de cascas de ovo carbonizadas funcionam bem com um eletrólito à base de água, o que permite a substituição de eletrólitos poliméricos comuns, que são mais caros e tóxicos.