Glauco Diniz Duarte Grupo GD – qual energia renovavel mais utilizada no brasil
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, atualmente, uma das maiores tendências para atingir metas sociais, ambientais e financeiras de energia em todo o mundo é a da adoção de fontes de energias renováveis. Até 2040, o uso de energia aumentará 28% em escala global e este dado só corrobora a necessidade de práticas que minimizem o impacto desse consumo globalmente.
Nas empresas, muito se fala sobre como é possível consumir energia através de fontes renováveis e ao mesmo tempo manter o padrão de qualidade e reduzir custos operacionais. Perante essa situação, vários acordos estão sendo apresentados por governos em todo o mundo para atingir estes objetivos, como a Agenda 2030, o Acordo de Paris, RenovaBio, dentre outros.
Diante de incentivos e acordos como esses, as mudanças na área energética são visíveis. Um estudo realizado pela Carbon Tracker atesta que até 2050 as energias renováveis serão responsáveis por 50% da geração de energia mundial.
Hoje, as energias renováveis não são oriundas somente de fontes limpas e que são utilizadas como meio para manter uma boa imagem para a empresa, elas fazem parte de toda uma estratégia empresarial e governamental que busca a diminuição de gases poluentes, redução de consumo e custos, além da própria reputação com o mercado.
Tendo em vista essa realidade, elaboramos uma lista com as principais tendências em energias renováveis:
1 – Queda nos valores para a implantação de energia solar e eólica
Duas das fontes renováveis mais utilizadas são a solar e eólica. Juntas vão representar, até 2040, 34% da geração de energia em todo o mundo , além de serem completamente isentas de forma direta de emissões de gases poluentes e possuírem pouco impacto social e ambiental (na eólica, há risco de poluição visual e sonora devido à constante rotação das hélices, além do risco para as aves; e na solar, os sistemas dependem de tecnologias de coleta e armazenamento cuja produção tem significativo impacto ambiental). Além disso, são as energias renováveis com maior queda nos preços de instalação nos últimos anos, devido ao aumento da demanda e os incentivos fiscais para a sua utilização.
Por isso, um dos maiores destaques em energias renováveis é a adoção dessas fontes, que em um primeiro momento podem gerar um custo mais elevado de instalação, superando a compra via fonte tradicional de energia para as empresas, mas trazem consigo um retorno cada vez maior.
2 – Queda nas indústrias de carvão
A queda na compra de energia gerada através do carvão mineral é latente durante os últimos anos e a tendência para as próximas décadas é que diminua cada vez mais, mesmo sendo ainda uma das fontes de energia mais barata para as empresas. Essa queda acontecerá por conta do cada vez mais baixo custo das energias renováveis, as metas para diminuição de gases poluentes e a conscientização social e ambiental que as empresas estão adquirindo.
A demanda por carvão cairá globalmente em 56% até 2050, segundo dados da Bloomberg New Energy Finance (BNEF). Este dado só reforça como a indústria do carvão, apesar de apresentar um pequeno crescimento em 2018, cerca de 1%, de acordo com o relatório anual da International Energy Agency (IEA), está abrindo espaço para outros tipos de fontes.
3 – Baterias para armazenamento de energia
Com investimento mundial em torno de US$ 239 bilhões até 2040, de acordo com a BNEF, as baterias à base de íon de lítio para armazenamento de energia se apresentam hoje como uma das tendências que mais crescerá nos próximos anos. Apesar de pouco faladas em grandes conversas, estão competindo com o gás natural e podem ser utilizadas em momentos que o fornecimento de energia estiver com preços elevados. Destaca-se, ainda, que a sua utilização é ditada, hoje, pela Bloomberg New Energy Finance como a pavimentação para um futuro de geração energética mundialmente mais limpa.
4 – Uso de gás como suporte para as fontes renováveis
Apesar da participação de gás natural para a geração de eletricidade cair 15% até 2050, seu papel na matriz de geração de energia crescerá devido ao aumento na utilização de usinas elétricas a gás, proporcionando suporte para as energias renováveis. O aumento será de 15% até o meio do século.
Por isso, é importante citar o gás como uma das tendências. Assim, apesar do uso para a geração de eletricidade cair, o gás será fundamental para o desenvolvimento de fontes renováveis, o que mostra uma trilha positiva para a renovação de seu mercado.
5 – Crescimento da geração distribuída
A implantação de geração própria de energia através da micro e minigeração cresce a passos largos em todo o mundo. Atrelada ao uso de energias renováveis, armazenamento de energia e com regras atrativas para a instalação (venda para Mercado Livre de Energia, caso toda a geração não seja consumida, ou o abatimento nos valores de conta, caso o consumo seja menor que o gerado), somente em 2018, no Brasil, o mercado gerou 340 MW e, para 2019, prevê superar o primeiro gigawatt (GW) em capacidade instalada.
Com as mudanças de regras para o setor previstas para 2020, o mercado de geração distribuída cresce cada vez mais em empresas. Apesar do custo ainda ser elevado, o retorno é cada vez mais benéfico, porque além de conseguir gerar sua própria energia, as companhias reduzem custos simples, como a compra de energia por meio de terceiros.
Entre debates para alcançarem o objetivo de melhorar a matriz energética de suas organizações sem alterar os custos já presentes, surgem pautas voltadas para a energia renovável e eficiência energética. Ambas as inciativas contribuem diretamente para o aumento da complexidade de gestão, trazendo para as áreas de gestão de energia das empresas grandes desafios em seu dia a dia, como a capacidade de gerir o volume de informações entregues e de trabalhar em uma rotina integrada, para que seja possível alcançar as metas do planejamento. Assim, faz-se necessário que a gestão de energia e utilidades das empresas seja cada vez mais precisa e assertiva.