Glauco Diniz Duarte Grupo GD – como surgiu a energia fotovoltaica
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, desde antes do surgimento da energia elétrica, a energia solar já era utilizada: o calor do sol servia para aquecer a água, por exemplo, com o uso de materiais como o vidro para potencializar o efeito dos raios.
O efeito fotovoltaico, porém, só foi descoberto no século XIX, quando o físico francês Alexandre Edmond Becquerel fazia experiências com eletrodos, e deu origem à energia solar, criada em 1839.
Nesta época, a tecnologia ainda não permitia que essa energia fosse aproveitada, até mesmo por conta do grande investimento que era necessário para sua implementação, e muitos viam como uma utopia ou algo muito longe da realidade.
Evolução
O que não imaginavam era que o avanço científico e das tecnologias ocorreria de forma tão rápida. Em 1923, Albert Einstein recebeu o Prêmio Nobel de Física por sua contribuição para o progresso da produção de energia fotovoltaica e na segunda metade do século XX novos cientistas, inspirados pelas descobertas de Einstein, se uniram para viabilizar a energia solar. Foi quando Calvin Fuller, físico-químico americano, desenvolveu um processo chamado dopagem de silício, o compartilhou com Gerald Person, que o aperfeiçoou e passou a Daryl Chapin. Em 1954, os três apresentaram a primeira célula solar na National Academy of Sciences, em Washigton.
Crescimento
A energia solar foi utilizada primeiramente em programas onde era disponibilizado um grande montante de recursos, como em missões espaciais, sendo usada nos satélites lançados na órbita terrestre. O Vanguard I, lançado e 1958, foi o primeiro a contar com painéis solares, 6 no total, que produziam a energia que servia para abastecer o rádio de 5 mW de potência e na frequência de 108,3 MHz.
Foi em 1973 que a energia solar foi utilizada pela primeira vez em uma casa. A iniciativa surgiu da Universidade de Delaware, nos Estados Unidos, e o projeto foi chamado de “Solar One”.
Com a evolução das técnicas, os painéis solares passaram a converter mais energia. Em 1954, o primeiro contava com apenas 6% de eficiência, gerando 5mW de potência, mas entre 1957 e 1960, a Hoffman Electronics lançou um painel com 14% de conversão. A Universidade de South Wales chegou aos 20% em 1985 e 34,5% em 2016, um recorde de eficiência na captação de energia solar, ultrapassando os 33,3% da National Renewable Energy Laboratory e Spectrolab Inc. em 1999.
E o custo?
Os preços dos sistemas também foram reduzindo ao longo do tempo, contribuindo para o aumento da demanda e maior acesso ao público, popularizando os sistemas. Na década de 1950, por exemplo, o custo médio de um painel solar era de US$ 300 por Watt produzido, enquanto na década de 1970 foi a US$ 100/Watt e atualmente custam apenas US$ 0,50 cents /Watt!
Países que mais investiram
Os que tiveram mais condições para financiar pesquisas e transformações, tanto por meio da sociedade quanto por incentivos do governo, foram os que mais investiram. Alemanha, Estados Unidos, Canadá e Japão foram os principais e hoje em dia destacam-se também a Suécia e Israel.
E no Brasil?
Antes de se tornar mais popular, a partir dos anos 2000, apenas algumas fazendas e prédios contavam com sistemas solares, porém recentemente vem sendo utilizada também em residências. Ainda assim, o Brasil ainda tem muito a crescer dentro desse mercado, principalmente por contar com um ótimo nível de incidência solar, em especial na região nordeste.
Em 2014 foi feita a primeira contratação de energia solar pública e atualmente a produção não ultrapassa os 1,1% de toda a energia gerada no país. Entretanto, o interesse em investir em alternativas sustentáveis e as novas tecnologias têm sido fatores importantes que podem ajudar na expansão da energia solar no Brasil. Além disso o sistema de compensação de créditos de energia, que ajuda a baratear a conta de luz, faz com que o investimento nessa energia seja algo mais viável para as empresas e para a população em geral.