Glauco Diniz Duarte Grupo GD – o que significa energia fotovoltaica
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, as fontes de energia alternativas estão em alta ao redor do mundo todo. Com a demanda cada vez maior por energia, os antigos sistemas de produção ou não estão mais dando conta de atender toda a demanda ou os custos financeiros, ambientais e sociais não estão mais compensando à produção. Essa alta fica evidente quando se analisa o crescimento da energia solar no Brasil.
Crescimento da energia fotovoltaica em 2016
De acordo com dados da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), no início de 2016, a quantidade de sistemas fotovoltaicos – responsáveis por captar a radiação solar e transformá-la em energia elétrica – era de 1.750. No final do ano, este número apresentou um salto de impressionantes 270%, chegando a 7.500.
O mais interessante deste crescimento é que ele vai na contramão da economia brasileira, caracterizada pela incerteza e por ambiente político altamente instável, o que faz com que os consumidores tenham mais cautela no momento de realizar investimentos.
O principal propulsor para este grande salto no número de sistemas fotovoltaicos em operação no Brasil foi a própria ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), que não só permitiu a energia solar no país, mas também sua centralização em grandes parques.
Principais motivos do crescimento
Dentre os principais fatores que motivaram o crescimento da energia solar no Brasil, tem-se o retorno do investimento. Apesar dos sistemas fotovoltaicos ainda serem caros, são mais baratos do que eram alguns anos atrás, e a tendência para o futuro é que seu preço diminua ainda mais conforme a demanda aumente.
Em apenas alguns anos, é possível recuperar o investimento feito, e o único gasto que os donos de sistemas fotovoltaicos terão será com sua manutenção, realizada entre longos períodos de tempo. Soma-se a isso o fato de que o sistema tem uma vida útil bastante longa, que pode ultrapassar os 30 anos dependendo dos materiais que e empregado em sua fabricação.
O segundo motivo fica por conta da possibilidade de otimizar a energia excedente. Em muitos casos, a quantidade de energia fotovoltaica é mais que suficiente para atender a demanda energética do local em que é produzida e utilizada. Isso significa que existe um excedente de energia, que não é utilizada. Mas este excedente não fica inutilizado ou é desperdiçado.
Pelo contrário, é possível colocá-lo na rede pública de energia para que ele seja distribuído, o que leva a descontos na conta de energia dos produtores, que variam entre 23% e 25% do valor total da conta. Pode não parecer uma porcentagem relevante à primeira vista, mas se considerar o valor da conta de estabelecimentos comerciais, indústrias e mesmo residências com quantidade significativa de moradores, a economia é bastante grande, contribuindo para o financiamento do sistema em um prazo de tempo menor.
Outro fator que contribuiu em muito para a ampliação dos painéis solares no Brasil é a quantidade de radiação solar que o país recebe. Para se ter ideia, a radiação solar média que incide sobre o Brasil varia entre 4.200 a 6.700 kWh/m2 /ano. Em outros países considerados referência na produção de energia fotovoltaica, como a Alemanha, ela fica em torno de 900 a 1.250 kWh/m2 /ano. Assim, a capacidade de produção desta forma de energia no Brasil é aproximadamente 5 vezes maior que nos países em que ela já é amplamente utilizada, o que significa um enorme potencial a ser explorado.
Por fim, outro fator que motivou e continua a motivar o crescimento da energia fotovoltaica são os incentivos fiscais propostos pelos governos estaduais e pelo governo federal por meio da redução no imposto de renda para projetos desta natureza, aplicados de forma intensa nos projetos localizados nas regiões prioritárias, que incluem a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), da Amazônia (SUDAM), e do Centro-oeste (SUDECO). Soma-se a isso as modalidades de financiamentos oferecidas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
São por todos esses e diversos outros motivos que a energia fotovoltaica é considerada como um dos pilares para o desenvolvimento econômico e social do Brasil do futuro.
No entanto, para que ele se consolide de vez e possa ser democratizado, é necessário que haja um esforço das esferas governamentais e empresas privadas de modo a incentivar as pesquisas na área e permitir o barateamento e a obtenção de maiores benefícios com e instalação de sistemas fotovoltaicos, sejam em usinas ou seja em unidades micro geradores, como casas, condomínios e prédios públicos.