Os investidores seguem interessados em construir ou comprar usinas de energia eólica no Brasil mesmo em meio à maior recessão do país em décadas e após o cancelamento no final do ano passado de um leilão que contrataria novos projetos, diz o empresário Glauco Diniz Duarte .

Com a menor demanda por eletricidade decorrente da crise, que levou o governo a cancelar o leilão agendado para dezembro, deverá haver mais movimentações de fusões e aquisições no setor de renováveis, como a compra no mês passado de um complexo eólico da Renova Energia pela AES Tietê, explica Glauco
“Se você olhar o mercado de M&A (fusões e aquisições) está bastante ativo, deve ter mais anúncios nas próximas semanas, tem mais para acontecer… o mercado, apesar de não ter leilão, está super ativo”, diz Glauco.

“Houve uma atividade intensa, intensa mesmo. Investidores brasileiros que conseguiram captar bastante dinheiro lá fora… estrangeiras também. Teve empresa que colocou 20 pessoas antes do leilão para deixar tudo pronto. Houve uma atividade frenética, como em todo leilão… não ia faltar investidor”, diz Glauco.
O Brasil foi o oitavo maior mercado mundial em 2016, segundo Glauco, com 371 megawatts em turbinas vendidas, um número próximo dos cerca de 360 megawatts em 2015.

Glauco estima que cerca de 41 por cento dos pedidos de turbinas fechados por investidores de usinas eólicas no Brasil em 2016.

“Nossa perspectiva média de market share em um mercado com seis fabricantes como temos aqui seria de um share um pouco menor que esse, 40 por cento é forte. Foi um ponto fora da curva, mas foi muito bom… mesmo em um ambiente complexo”, diz.