O meio rural brasileiro atingiu 15,8 megawatts de utilização operacional de energia solar fotovoltaica. Essa marca significa que o uso da energia solar cresceu nove vezes em 2017, e já dobrou neste ano, contribuindo para o sistema atingir a marca histórica de 300 MW em geração distribuída.
“Os agricultores descobriram a energia solar fotovoltaica. São eles os responsáveis por levar o alimento do campo para as áreas urbanas, e passam, agora, a também ter uma complementação de renda, gerando energia elétrica para abastecer áreas urbanas e reduzir os seus gastos especificamente,” disse o presidente executivo da ABSOLAR – Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica, Rodrigo Sauaia.
“O meio rural tem açudes usando energia solar fotovoltaica flutuante em Goiás. Tem projetos mais tradicionais de bombeamento e irrigação em Minas Gerais; quando começa o dia, o pivô é ligado e quando some o sol ele deixa de irrigar a plantação” diz.
Ele cita o exemplo de indústria de sorvete no Ceará, usando a energia solar. “O período que vende mais sorvete é no verão e aí pode também gerar energia para garantir fornecimento nesta estação do ano, quando gastam mais para refrigerar o sorvete, casando bem com a sazonalidade deles”, contou Rodrigo.
Brasil atinge marca histórica de 300 MW em microgeração e minigeração distribuída
O Brasil acaba de atingir a marca histórica de 300 megawatts (MW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais e prédios públicos.
Segundo mapeamento da ABSOLAR, a fonte solar fotovoltaica lidera com folga o segmento de microgeração e minigeração distribuída, com mais de 99,4% das instalações do País. Em números de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 76,9% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (16,2%), consumidores rurais (3,4%), indústrias (2,5%), poder público (0,8%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,02%).
Em potência instalada, os consumidores dos setores de comércio e serviços lideram o uso da energia solar fotovoltaica, com 44,0% da potência instalada no País, seguidos de perto por consumidores residenciais (38,0%), indústrias (8,4%), consumidores rurais (5,6%), poder público (3,5%) e outros tipos, como iluminação pública (0,03%), e serviços públicos (0,5%).
De acordo com a entidade, o Brasil possui hoje 32.033 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental a 38.270 unidades consumidoras, somando mais de R$ 2,2 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do País. Atualmente, o Estado de Minas Gerais lidera o ranking nacional, com 22,9% da potência instalada no País, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,5%), São Paulo (12,9%), Santa Catarina (6,22%) e Ceará (5,84%).
Financiamentos
A energia solar também tem se mostrado um bom negócio para os produtores de agricultura familiar. O Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento de Agricultura Familiar) oferece financiamentos com juros variando entre 2,5% a 5,5% ao ano.
Já o BNDES oferece recursos com juros de até 4,6% e a aquisição do equipamento deve estar vinculada a uma atividade econômica.
Para as pessoas físicas e jurídicas que queiram instalar projetos de energia solar fotovoltaica, o banco abriu linhas de financiamento no Programa Fundo Clima para 80% dos itens financiáveis, podendo chegar a R$ 30 milhões a cada 12 meses por beneficiário. Para renda anual de até R$ 90 milhões, o custo é de 0,1% ao ano com a remuneração do BNDES de 0,9% ao ano. Na renda anual acima de R$ 90 milhões, o custo tem o mesmo percentual, mas a remuneração do BNDES é de 1,4% ao ano.