Solar fotovoltaica quando surgiu – Glauco Diniz Duarte
Na última década, a diversificação da matriz energética mundial, com inclusão das fontes de energia renovável, vem sendo discutida e encarada como uma necessidade para preservação do meio ambiente. As metas de redução de emissões de gases de efeito estufa e a política de créditos de carbono contribuem para tal discussão e impulsionam os países desenvolvidos a investir nessas fontes alternativas de energia, e dentro deste cenário, a energia solar fotovoltaica vem ganhando papel de extrema relevância e é a que mais cresce atualmente no mundo.
A tecnologia fotovoltaica vem conquistando espaço e a capacidade instalada vem aumentando significantemente. Países como Alemanha, China, Japão, Itália e EUA respondem por 70% da geração de energia solar mundial. Até 2018, o Brasil deve estar entre os 20 países com maior geração deste tipo de energia. E, de acordo com o Ministério de Minas e Energia, o setor deve movimentar cerca de R$ 100 bilhões e abastecer 2,7 milhões de pessoas com sistema fotovoltaico até 2030.
Desenvolvimento FV no Mundo
Até o final de 2015, a capacidade total instalada desse tipo de fonte no mundo superou os 227 GW. O valor seria suficiente para produzir pelo menos 261 TWh de eletricidade por ano, índice equivalente ao consumo energético de 73 milhões de casas europeias. China, Alemanha, Japão e Estados Unidos foram os líderes em capacidade instalada.
A meta chinesa para os próximos quatro anos (2016-2020) é instalar 20GW por ano; o Japão e os Estados Unidos (terceiro e quarto no ranking mundial, respectivamente) devem expandir sua capacidade instalada em torno de 10GW ao ano. A Alemanha já produz grande parte da sua necessidade energética através de painéis solares e de acordo com o seu plano energético a longo prazo, denominado de Energiewende, o país deve abandonar as fontes poluentes de energia até 2022, com o desligamento de suas usinas nucleares.
De acordo com IEA (International Energy Agency), a energia solar fotovoltaica representará mais de 10% da matriz energética mundial até 2050. Desse total, mais de 60% corresponderá à geração distribuída (instalações residenciais, comerciais e industriais).
Desenvolvimento FV no Brasil
No Brasil, o setor de Energia Solar Fotovoltaica ganhou força a partir de 2012, quando se aprovou a regulamentação para conexão e compensação de geradores distribuídos. A partir daí, vem se destacando dentro de dois grandes segmentos, a geração distribuída, que abrange a instalação de sistemas solares fotovoltaicos em telhados e fachadas de edifícios residenciais, comerciais, industriais e públicos. E a geração centralizada, que vem ganhando impulso a partir de leilões centralizados. Nesta modalidade grandes centrais de geração são contratadas para atender a demanda energética nacional.
O mercado brasileiro vem se desenvolvendo e está em plena expansão, na última década houve aumento significativo de empresas atuantes no setor – surgiram desde pequenos instaladores e empresas distribuidoras a integradores e fabricantes de placas nacionais. No entanto, o setor carece de profissionais qualificados para atuar no mercado.
Dentre os profissionais atuantes no setor, há um que é de extrema importância: o integrador. Ele é o responsável por fornecer a solução completa ao cliente, ou seja, é peça essencial nesse meio. Para melhor entender o mercado nacional e questões como tendência de demanda, custos e retorno de investimentos na área, faz-se necessária uma análise sobre os integradores.
Fatores de atratividade
O desempenho positivo da geração de energia solar fotovoltaica está diretamente relacionado à identificação dos custos e benefícios econômicos e socioambientais da utilização de sua tecnologia para geração de energia elétrica. Além disso, é preciso considerar as possibilidades, os requisitos e os efeitos de sua inserção na matriz energética brasileira e na expansão do parque gerador, tudo baseado em critérios que propiciem o compromisso adequado entre segurança energética, economicidades e ao cumprimento dos acordos internacionais e legislação ambientais, especialmente aos relacionados à contenção/redução da emissão de gases efeito estufa.
Para tanto, identificar os fatores que influenciam a atratividade de empreendimentos de geração solar são imprescindíveis para tomadas de decisão. Os principais fatores que devem ser avaliados são os custos relacionados à implantação do sistema (CAPEX), localização (nível da radiação solar), custo da tarifa de energia e fontes de investimento.