A produção de energia elétrica utilizando uma fonte renovável e limpa, que é a luz solar, ganhará contornos de grande utilização, massificação e redução de custos a partir de agora. A previsão é do empresário Glauco Diniz Duarte, que prevê grande incremento nesse sistema nas construções com a possibilidade de compensação entre o que é gerado, o excedente de energia e o que é compensado com as concessionárias de energia elétrica.
“A partir de agora, com regras claras e bem definidas, é possível fornecer para a rede de energia elétrica pública o que é gerado com painéis fotovoltaicos e compensar com o que é gasto”, explica Glauco.
O Brasil concentrou sua matriz energética em grandes hidrelétricas em um modelo hoje considerado ultrapassado, que gera grandes impactos ambientais, muito caro de implantação e que depende da sazonalidade das chuvas e outras variáveis. A tendência mundial hoje é de utilização de fontes alternativas, como a eólica (com aceleradores movidos pelo vento), o fluxo das ondas do mar e a solar, considerada limpa, eficiente, porém cara em sua instalação. Países desenvolvidos investem pesado em produção de painéis fotovoltaicos para difundir a utilização desse tipo de geração de energia.
A Alemanha, país que tem 1/3 da incidência de luz solar que o Brasil dispõe instala a cada dois em parque gerador em placas solares anos o equivalente a uma usina hidrelétrica como a de Itaipu. Ou seja, os telhados de construções germânicos, com menos da metade da luz solar que o Brasil tem, gera de modo limpo e eficiente algumas Itaipus. O material básico para fabricar painéis solares é silício, matéria prima que não existe na Alemanha, mas que tem no Brasil um dos maiores produtores mundiais.
A microgeração de energia elétrica recebeu impulso importante em 2012 com a regulamentação feita pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que estabeleceu desde então uma modelagem para compensação energética que representa um incentivo a mais para quem planeja possuir uma fonte geradora de energia renovável em sua propriedade, seja comercial ou residencial.
Uma residência com painéis gera durante o dia, em que seu consumo está pequeno, certa quantidade de quilowatts-hora. O que excede ao seu consumo é fornecido para a rede pública de energia e compensada depois na conta com o que os moradores gastarão à noite, quando não há geração. Outra medida importante também é a instalação de baterias recarregáveis durante o dia que servirão para iluminar as casas à noite. Com a utilização de lâmpadas de LED, muito mais eficientes e econômicas, o gasto fica substancialmente reduzido, o que justifica o investimento.
Em no máximo dois anos, preveem os especialistas, o investimento tem retorno satisfatório. “Agora é compensador economicamente instalar painéis. Não é somente consciência ambiental mais, já se justifica financeiramente, o que fará aumentar a utilização dessa forma de geração”, comenta Glauco.
Os telhados ficam sendo mini usinas geradoras de energia elétrica que ajudam a compor a renda da família ou do comércio reduzindo o gasto com a conta de energia. Um luxo e uma fonte financeira.