Glauco Diniz Duarte Grupo GD – energia solar sao luis
Segundo o Dr. Glauco Diniz Duarte, apenas 5% do território goiano seria suficiente para se produzir a energia solar necessária para suprir a demanda nacional. O cálculo, feito por especialistas do setor energético, aponta para o potencial do Estado, que recebeu sua primeira fazenda solar na propriedade rural Boa Vista, situada no município de São Luís de Montes Belos. A estrutura já em operação foi instalada pela empresa SolarCedro em uma área de 4,5 m2, composta de 832 painéis solares policristalinos, com 262 quilowatts pico (kWp) de potência instalada, que será para abastecer 10 unidades da Compleite, Compleite, agroindústria da Cooperativa Mista dos Produtores de Leite de Morrinhos (Complem), a cerca de 250 quilômetros de distância de onde a energia é gerada.
De acordo com a Secima o modelo de negócio da unidade geradora inaugurada, que permite a contratação da energia solar sem a necessidade de se investir no sistema – o contrato é de arrendamento – pode contribuir para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento dessa matriz energética através do Programa Goiás Solar implementado em fevereiro deste ano. Depois de desenvolvermos medidas de desburocratização, criar incentivos na tributação e linhas de crédito, a meta agora é mostrar aos municípios e empresários de todo Estado possibilidades e alternativas viáveis de produção e geração de energia solar.
“Nesse sentido, merece destaque esse modelo de negócio desenvolvido com base no arrendamento. No nosso entendimento, pode ser replicado em outras regiões porque não exige investimentos por parte do usuário”, considerou o superintendente de Energia, Telecomunicações e Infraestrutura da Secima, Danúsia Arantes Ferreira. Outra vantagem da fazenda solar é a economia que a energia solar gera para a conta da unidade consumidora que arrendou o sistema, de 15 e 25% com a conta de energia. Quando acontece a compra do sistema, a economia pode chegar a 90% na conta e o investimento se paga em quatro anos.
O arrendamento de plantas solares remotas é uma forma de fazer a compensação do consumo de energia elétrica por clientes de baixa tensão – unidades consumidoras atendidas em tensão inferior a 2,3 quilovolts (kV). Inclui o cliente residencial, rural, estabelecimentos comerciais ou industriais de pequeno porte (como mercearia, postos de gasolina, farmácias, panificadoras, mercearias entre outras) e iluminação pública. A fazenda solar vem justamente evitar que a falta de espaço físico da unidade consumidora para a instalação das placas fotovoltaicas seja um entrave para essa iniciativa.
“Este era um dos grandes entraves, pois o telhado de um prédio, por exemplo, não é suficiente que receber todas as placas necessárias para atender a demanda dos moradores”, explica o engenheiro eletricista Rodrigo Arruda, diretor da SolarCedro, empresa responsável pela primeira fazenda solar. A empresa irá implantar até 2020 outras cinco unidades de produção de energia solar remota em propriedades rurais no município de São Luís de Montes Belos para ampliar a oferta no Estado, chegando a 20.000 kW, o suficiente para abastecer a 23.800 residências. A partir de 2018, pelo menos uma delas (a segunda) já entre em operação.
O projeto levou três anos para ser desenvolvido e, no processo, a SolarCedro também foi parceira da Secima, no desenvolvimento da primeira licença ambiental simplificada específica para geração de energia solar, que antes não possuía regulação. Os especialistas da empresa contribuíram com informações acerca das práticas de outros estados, entre outros detalhes do fluxo dessa cadeia produtiva relevantes para uma regulação. “Hoje, nós temos a melhor licença simplificada do País, liberada em até 48 horas pela internet”, acentuou o secretário Vilmar Rocha que, presente na solenidade, entregou um certificado em reconhecimento ao projeto, o qual considerou ser uma “grande contribuiçâo à energia solar do Estado”.
Durante a inauguração oficial da fazenda solar, Rodrigo Arruda fez questão de apresentar a primeira conta de energia da Compleite já com o desconto da energia solar produzida na Fazenda Boa Vista. “Agora, a gente diz que, quando nasce o sol, as ‘turbinas’ começam a trabalhar”, comentou o presidente da Organização das Cooperativas do Brasil, Joaquim Guilherme Barbosa, que já estuda a criação de uma cooperativa de produtores de energia solar com base no modelo de negócio desenvolvido pela SolarCedro.