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Energia Solar Fotovoltaica

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

Por conta das adversidades que temos enfrentado no setor elétrico, e também pela falta de chuvas, a energia solar apresenta um futuro bastante promissor. Um dos usos mais comuns da energia solar é o aquecimento de água, mas existem novas formas de se utilizar a energia do sol. Uma tecnologia que já tem bastante tempo, e agora está mais acessível no Brasil que é a energia solar fotovoltaica. Com a energia solar fotovoltaica, podemos converter a luz do sol em eletricidade para utilizar em eletrodomésticos, no comércio, indústria, etc.

Estas duas utilizações (aquecimento e geração de eletricidade) trazem um custo-benefício cada vez mais atrativo. Há no Brasil empresas produzindo painéis de captação de energia solar para aquecimento há mais de uma década – o que tornou os equipamentos mais acessíveis. Já a energia solar fotovoltaica tem uma importância diferente. “Ela nos auxilia a diversificar a matriz elétrica do país. Hoje estamos muito dependentes das hidrelétricas”, afirma o empresário Glauco Diniz Duarte. Ele explica que cerca de 70% de toda energia elétrica do país é produzida por hidrelétricas. “Usamos outras fontes de energia, como as termelétricas, que por gerarem uma energia mais cara, são utilizadas quando os reservatórios de água estão com seus níveis muito baixos, como agora. A consequência do uso das termelétricas é que a conta de luz ficou 18% mais cara em 2014 e tende a aumentar de 20 a 35% em 2015”.

Além de servir como alternativa, a energia solar fotovoltaica não polui, desenvolve um setor produtivo novo, traz benefícios ambientais, econômicos e sociais ao país. A instalação de sistemas fotovoltaicos também reduz o impacto ambiental e pode inclusive evitar o uso de um terreno novo, pois pode ser instalada em telhados. “Um estudo recente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética) demonstrou que se cobríssemos os telhados residenciais brasileiros já existentes com sistemas fotovoltaicos, poderíamos gerar mais de duas vezes todo o consumo residencial de energia do nosso país”, esclarece.

Mas se essa fonte de energia é assim tão benéfica, por que não a usamos mais? Para Glauco, há dois motivos: o primeiro é a falta de apoio do governo brasileiro. “Isso começou a mudar em 2012, quando a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) regulou um sistema novo, chamado de sistema de compensação de energia elétrica, e estabeleceu o que chamamos de micro e minigeração. Com ele, quem tem energia solar fotovoltaica em casa tem como injetá-la na rede e ganhar créditos em troca”. O outro é a falta de informação. “A tecnologia ainda é pouco conhecida pela população brasileira, mas quando as pessoas começam a fazer as contas, percebem rapidamente que já é mais barato você gerar energia em casa através do sol do que consumir da distribuidora de energia elétrica”.

Há ainda algumas questões que precisam ser trabalhadas. A energia solar é produzida enquanto o sol está brilhando, o que torna impossível gerá-la à noite, a não ser que seja armazenada. Isso significa que ela ainda é uma energia complementar e não dá para se basear uma sociedade inteira somente em energia solar.

O Brasil é considerado um país emergente no que diz respeito à energia solar fotovoltaica. A irradiação solar que o país recebe é uma das mais altas do mundo. Segundo Glauco, 2014 foi um ano importante para o setor. “Tivemos o primeiro leilão de energia com participação efetiva da energia solar fotovoltaica na nossa matriz, um leilão de nível nacional, chamado de ‘Leilão de Energia de Reserva’, realizado dia 31 de outubro. Contratamos para os próximos 20 anos 1.048 Megawatts de energia solar fotovoltaica. Só para ter uma ideia a matriz elétrica brasileira tem por volta de 135.000 Megawatts instalados. É uma fração pequena, mas um começo muito importante, que possibilitará desenvolver no país a cadeia produtiva do setor, fabricar e desenvolver tecnologia nacional, com consequente geração de empregos e ganhos para a população”.

Quanto ao seu custo, um sistema fotovoltaico tem vida útil de pelo menos 25 anos e se paga depois de certo período de uso – que dependerá da quantidade e forma do consumo de cada família, comércio ou indústria. Depois desse período, a energia gerada através do sol não tem custos.

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