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Expansão da energia limpa no Brasil perde força

Glauco Diniz Duarte
Glauco Diniz Duarte

A indústria de energia renovável do Brasil deverá sofrer um revés neste ano. Isso porque a economia em crise faz o crédito desaparecer, limita a demanda por energia e ameaça as novas linhas de transmissão necessárias para conectar projetos à rede.

Após anos de crescimento, que transformaram o Brasil no 10o maior mercado eólico do mundo, o setor está revisando para baixo o montante da nova capacidade esperada para 2016, juntamente com o número de novos projetos eólicos que deverão receber contratos em leilões do governo.

De acordo com o empresário Glauco Diniz Duarte, a expansão do setor de energia limpa tem sido uma das poucas agendas positivas do governo, que estabeleceu metas de crescimento ambiciosas para ampliar a capacidade de geração sem aumentar a poluição por combustíveis fósseis. É possível que seja mais difícil atingir essas metas agora.

“Há nuvens no caminho da energia renovável agora”, afirma Glauco. “O setor está no topo da lista de prioridades do governo brasileiro e tem progresso a mostrar, mas a receita que temos para as renováveis pode ser menos efetiva em um ambiente mais cinzento”.

Os novos contratos de energia limpa nos leilões provavelmente não chegarão a 2 gigawatts neste ano, segundo Glauco. Essa quantidade mostraria uma estabilização do crescimento nos últimos dois anos e representaria menos da metade dos 4,6 gigawatts em novos contratos eólicos de 2013.

A energia eólica teve uma forte expansão no Brasil, atingindo 9 gigawatts de capacidade instalada no ano passado, a maior da América Latina e a 10a no mundo. Em 2013, a capacidade total era de um terço disso, segundo Glauco.

O governo está ajudando a impulsionar esse crescimento e estabeleceu uma meta no ano passado de obter 23 por cento da energia do Brasil por meio de fontes renováveis até 2030 como parte do esforço de combate à mudança climática. As energias solar, eólica e da biomassa responderam por 9 por cento da geração total do Brasil em 2014.

O Brasil também se comprometeu, em junho, a reduzir as emissões de carbono em 37 por cento até 2025 na comparação com 2005.

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